sábado, 11 de abril de 2009

QUER QUE DESENHE?

É isso mesmo! Quando a gente quer explicar uma coisa e o interlocutor não entende "nem por reza brava", dá vontade de perguntar se ele quer que desenhe, né? A mesma coisa acontece com um vídeo. Depois de fazer a sinopse e o roteiro, chega a hora do storyboard, que nada mais é que um esboço (mal) desenhado do que você pretende que seu vídeo seja.
Assim fica ainda mais claro qual é o seu objetivo final.
Postar o storyboard aqui foi um exercício de humildade! Hahahaha! Isso porque eu desenho mal pra caramba, em primeiro lugar. Em segundo lugar, não tenho scanner. Ah, mas também não desisto fácil! Depois de desenhar e passar canetinha (pra ficar mais forte), fotografei meu storyboard - que também é uma forma de digitalizá-lo. Editei a foto no Infraview - lição já aprendida e aí está!



Tá bom, pessoal, eu desenho mal... já sei. Mas garanto que, no vídeo, fica bacanérrimo!
As imagens já estão aqui, já baixei as músicas que quero usar e, agora, só falta convencer o MovieMaker a não travar enquanto eu edito (tarefa que, confesso, está sendo a mais difícil).
De qualquer forma, pelo que está aí já dá pra ter uma boa idéia do que eu testemunhei no amanhecer da sexta-feira da Paixão de 2009, né? O vídeo chega aqui assim que eu conseguir dominar os problemas técnicos.
Boa Páscoa a todos!

RECEITA DE BOLO

Depois de elaborar a sinopse, é hora de fazer o roteiro, que é uma espécie de plano do vídeo. Nele, a gente coloca tudo que vai ter, com uma contagem de tempo previsto e o máximo de detalhes sobre o que vamos colocar em cada cena. O objetivo é facilitar o trabalho, uma vez que, lendo o roteiro, já se tem uma boa idéia do que virá no vídeo. É como uma receita de bolo. Você abre, lê, busca os ingredientes e segue o modo de fazer. Direitinho, assim, não tem erro! Quer ver só?


PAIXÃO DOS HOMENS - ROTEIRO

00:00:00
Abertura:
Tela preta com o nome do filme “Paixão dos Homens” passando em fade para imagens abertas da fila de espera da doação de peixes na manhã de Sexta-feira da Paixão, no Bairro Bonfim, em Belo Horizonte. Som de fundo: Música “Milagre dos Peixes”, de Milton Nascimento.
Imagens captadas com uma câmera Canon-A620.
OFF: A sexta-feira da Paixão começa mais cedo para os pobres de Belo Horizonte. Para alguns deles, um dia antes, quando chegam para garantir lugar na fila da distribuição gratuita de peixes. A iniciativa já está em seu décimo-sétimo ano e, dessa vez, a primeira da fila foi Cleide Valdete Gomes, de 49 anos, moradora do Bairro Castanheiras.

00:00:32
Entrevista com Cleide Valdete Gomes (na cadeira de rodas), que chegou ao local no dia anterior, às 10h da manhã. Ela conta quando chegou, quem veio com ela e quantas pessoas vão comer, juntas, o peixe que levarão dali. Plano americano.

00:01:30
Cena da cadeira de rodas de Cleide Valdete Gomes sendo empurrada para dentro do galpão onde os peixes são doados e corte para ela, ao sair, com o peixe na mão, dizendo que está muito feliz.

00:01:55
Cena do momento em que a fila da esquerda é liberada para entrar no galpão. Pela portinha monitorada por policiais militares, entra um de cada vez e a fila toda anda, do lado de fora, encostada aos muros dos edifícios.
OFF: Depois dos muito idosos e dos portadores de deficiência, é a vez de a fila única andar. Pessoas de toda parte da cidade e até das cidades vizinhas comparecem para incrementar o almoço da sexta-feira da Paixão. Muitos trazem parentes, para voltar para casa com mais peixes e a maioria passou a noite na rua, esperando a distribuição das senhas.

00:02:30
Imagens internas do galpão, na linha de distribuição dos sacos com os peixes.
OFF PROSSEGUE: Cada pessoa tem direito de receber dois quilos de sardinha ou cavalinha. A fila anda rápido, todos tem pressa de voltar para casa. Segundo o empresário que faz a doação, os peixes vem de Cabo Frio, litoral do Rio de Janeiro, e a caridade é uma lição aprendida com os avós.

00:03:00
Entrevista com o empresário Afonso Teixeira, que se diz muito comovido em poder fazer a caridade da doação. Plano americano.

00:03:20
Cenas de pessoas saindo do galpão, felizes, com os peixes nas mãos.
OFF: Receber o peixe de graça é como uma unção divina. O sacrifício da noite dormida na rua se dissipa. A solidariedade, na sexta-feira santa, ganha conotação religiosa e comove até quem está ali para garantir a ordem

00:03:40
Entrevista com o Sargento Lino Costa, que diz que participa do evento pela terceira vez e que considera muito gratifcante estar ali (plano americano). Lino conta ainda que a maior dificuldade é que idosos e portadores de deficiência são conduzidos ao início da fila, mas algumas pessoas não aceitam isso.

00:04:00
Imagens gerais da fila andando.
OFF: Sexta-feira, 10 de abril de 2009. Como num passe de mágica, a Paixão dos Homens termina na saída da fila do peixe... para recomeçar, provavelmente, logo após o almoço.
Sobe o som: "Pescador de Ilusões", de O Rappa.
Sobem os créditos do documentário.

UM BREVE RESUMO

O último exercício do curso Jornalismo 2.0 é a produção de um documentário em vídeo. Mas se engana quem pensa que produzir um documentário começa ao ligar a câmera. Ah, mas não é mesmo! E o primeiro passo é produzir a sinopse do que será o vídeo, ou seja, um breve resumo do assunto que será abordado. É como aquele textinho que lemos no verso dos DVDs, na locadora. Parece bobabem, né? Mas quantas vezes você desistiu de alugar o DVD depois de ler esse texto?

Abaixo, então, o primeiro passo dessa longa jornada:


PAIXÃO DOS HOMENS - SINOPSE

Há 17 anos, o empresário Afonso Teixeira promove, em Belo Horizonte (MG), uma doação de peixes para pessoas carentes na alvorada da Sexta-feira da Paixão. A fila começa a se formar cerca de 24 horas antes do início da distribuição. O dia mais triste para os cristãos de todo o mundo começa na fila para cerca de 1.500 pessoas que, todo ano, enfrentam o sacrifício da espera por 2 kg de peixe. A alegria de receber a doação, no entanto, supera a dor e tansforma a caridade em festa. A Paixão dos pobres termina em aleluia, ali mesmo, no galpão dos peixes.